Os crimes ocorreram entre 2006 e 2012

Os quatro suspeitos denunciados na noite de ontem fazem parte do
núcleo do PMDB na Lava Jato. São eles: o ex-diretor Internacional da
Petrobras Nestor Cuñati Cerveró; o lobista Fernando Antônio Falcão
Soares, mais conhecido como Fernando Baiano; o doleiro Alberto Youssef; e
o executivo da Toyo Setal Júlio Gerin de Almeida Camargo.
Eles são acusados pelos crimes de corrupção contra o sistema
financeiro nacional e por lavagem de capitais. Os crimes ocorreram entre
2006 e 2012.
Além da denúncia, o MPF pediu ainda o ressarcimento aos cofres
públicos no valor de aproximadamente R$ 156 milhões, sem prejuízo do
confisco de aproximadamente R$ 140 milhões provenientes de crime.
Busca-se, assim, um retorno de R$ 296 milhões.
Youssef já fazia parte da lista de 36 denunciados na última quinta
pela Procuradoria da República do Paraná, quando foram acusados de
corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Propina para aluguel de navio
Segundo a nova denúncia da MPF, em 2006, o então diretor da área
internacional da Petrobras Nestor Cerveró e o lobista e operador
financeiro Fernando Soares acertaram com Julio Camargo, da Toyo Setal, o
pagamento de vantagens indevidas, no valor aproximado de US$ 15 milhões
(R$ 40,2 milhões).
O objetivo era viabilizar a contratação, pela Petrobras, do
Navio-Sonda Petrobras 100000 com o estaleiro Samsung Heavy Industries no
valor de US$ 586 milhões (R$ 1,5 milhão). O navio seria utilizado para
perfuração de águas profundas na África.
Após as negociações — e confirmada a promessa de pagamento da propina
—, Cerveró adotou as providências necessárias, no âmbito da diretoria
internacional, para que a contratação do navio-sonda fosse efetivada.
A partir de então, Fernando Soares passou a receber a propina
combinada e, em seguida, a repassar uma parte dos valores para Cerveró.
O esquema se repetiu de forma praticamente idêntica no ano seguinte.
Nesta nova oportunidade, contudo, foi acertado entre Soares, Cerveró e
Camargo o pagamento de vantagens indevidas no montante aproximado de US$
25 milhões (R$ 64,1 milhões) para a viabilização da contratação do
Navio-sonda Vitoria 10000, que operaria no Golfo do México, com o
estaleiro Samsung Heavy. Tal contratação foi estimada em US$ 616 milhões
(R$ 1,6 milhão).
Em razão dos US$ 40 milhões (R$ 107 milhões) repassados nesses dois
anos, a título de propina, para Fernando Soares e Nestor Cerveró, Júlio
Camargo receberia da Samsung outros US$ 13 milhões (R$ 34,9 milhões) por
ter viabilizado os negócios.
A partir de agora, a Justiça analisa o caso para ver se aceita a denúncia.
Fonte: R7
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